Thursday, September 11, 2008

Ah, o Centro...

Lugar do desencontro que nunca tenta se encontrar, nem tem tempo para. Todos são apenas mais um, nem um pouco a menos nem um pouco a mais.

O pão embalado no papel manteiga disputa espaço com o aparelho de última tecnologia. O vidro espelhado da filial da J&J reflete o vidro empoeirado da padaria do Seu Manoel. A Dona Beatriz faz feira ao lado de Juçara - Juju para os íntimos.

A correnteza humana precisa escoar neste labirinto onde não se distingue início ou fim. Tente um registro, o borro é inevitável. Não pare. Hão de te pisotear por tamanho atrevimento. Se conseguir ficar parado por uma dúzia de segundos, parabéns, coloque o chapéu no chão e prepare-se para receber humildes moedas – você é o mais novo homem-estátua. Quem pára no centro vira atração.

Permita-se uma aventura pela essência da cidade. Quem não conhece o centro, não conhece nada sobre a cidade, seu cotidiano e seus personagens.

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Ao fim de uma visita utilitária a este lugar babilônico, descobri uma cafeteria incrível escondida numa travessa improvável. Cadeirões de couro, luz de lobby de hotel, torta esteticamente decorativa. Será o meu novo esconderijo e tele-transporte.

1 comment:

gisellevarga said...

uau... essa cena toda eu projetava pessoas correndo, o tempo contra o próprio tempo......... até ri da pessoa que para no centro da cidade pode ganhar dinheiro, como se isso não existisse.. e de fato. mas encontrar a cafeteria me fez parar, desacelerar o tempo... gostei disso. parece que o tempo virou amigo seu ou será meu!?