No passado: você acorda, liga a luz, e percebe que seu quarto está uma bagunça. "É hoje que não durmo sem isso ficar clean". Vários papéis de trabalhos, provas, panfletos, notas fiscais, rascunhos. Alguns vão para o lixo, a maioria vai direto para as gavetas, estas que você promete que um dia vai organizá-las.
No presente: você acorda, liga o computador, e percebe que a área de trabalho do seu pc/mac está uma bagunça. "É hoje que não durmo sem isso ficar clean". Vários arquivos de trabalhos, fotos, tabelas, músicas. Alguns vão para a "lixeira", a maioria vai direto para pastas, estas que você promete que um dia vai organizá-las.
Será que pastas são as gavetas de hoje em dia? Quantas vezes clicamos na opção "nova pasta" afim de colocar todo o entulho de arquivos que poluem nosso "desktop" e nos iludimos que um dia iremos arrumar (de verdade) todos os arquivos amontoados nelas? Não parece o mesmo pensamento da serventia das gavetas? E quanto o número de gavetas/pastas existentes revelam quão confusa e desorganizada anda nossa vida?
Como com o passar dos séculos a vida se torna cada vez mais complicada, ao menos nas pastas temos a opção de criarmos infinitas sub-pastas para esconder ainda mais toda bagunça. Se antes o número de gavetas no seu quarto determinava até quando você podia empurrar com a barriga os problemas, hoje o HD é o limite. E sem ironias, mas o meu está no limite (97%).
4 comments:
Partimos da tua idéia: no passado, gavetas; no presente, pastas.
Ao arrumar gavetas,obviamente ao som de uma música gostosa, jogamos fora entulhos. Em contrapartida, reencontramos bilhetes amorosos, recados de amigos, desenhos engraçadíssimos feitos durante alguma situação aborrecedora (aula/trabalho/palestra).
Com as pastas ocorre a mesma situação. Nos deparamos com fotos, e-mail de "séculos atrás", algumas músicas quais nem gostamos tanto mas que lembram alguém especial, aquele trabalho da faculdade que tanto nos orgulhou. Decidimos, então, não deletá-los de nossa vida - ao menos por enquanto.
Esporadicamente realizamos uma limpeza superficial. Não cumprimos com 100% do objetivo, pois enfrentar o terrível "monstro do armário" é uma tarefa árdua para o preguiçoso ser humano.
Geralmente, limpamos quando nosso estado de espiríto está em um dos extremos: muito felizes ou tristes. Optamos por uma reorganizacao da vida, a começar pela limpeza das gavetas e pastas. As coisas vão mudar, tudo vai ficar em ordem. Somos durões. Vamos amassar, jogar na lixeira e queirmar os papéis. Nossos implacáveis dedos deletarão os malditos arquivos do computador.
Ocorre que encontramos lembranças de alguns momentos vividos. Choramos, rimos. Paramos o trabalho por ali, o restante que fique para outro. Jogamos nossas lembranças bagunçadas no lugar qual estavam e pomo-nos a lembrar...Ah, como é bom!!
minha área de trabalho tá o caos. um dia desses eu arrumo. juro.
O primeiro que eu li.. de cara já gostei. É incrível como você tem razão. A tecnologia acaba nos prendendo e produzindo robôs humanos, é assim que penso.
Muito bom Mats, continue escrevendo, expondo seus pensamentos e idéias.
Parabéns pelas escritas!
beijos,
Excelente texto pq eh a mais pura verdade!
Eu vivo em constante estado de caos no desktop e nas gavetas. Organizar para que? tudo tende ao caos!
As vezes gostaria de ter mais disciplina para tentar me organizar.
Rachel
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