A beleza óbvia, talvez aquela mais compatível com o conceito de "agradável à vista e ao ouvido" e também ligada a idéia de beleza divina, como por exemplo paisagens da natureza, não estão presentes em cada esquina nas grandes cidades. Com um estilo de vida cada vez mais repetitivo e apressado, os urbanos deste século tem uma missão a mais: irem em busca do belo em cidades que se descolorem ao cinza. No trajeto cotidiano, o cenário que os acompanha é asfalto em forma de ruas, é concreto em forma de prédios e muros. Há um belo neste contexto, porém exige um esforço a mais para sua percepção. É o belo poético, aquele que muitas vezes não é de estética agradável, mas desperta emoções diversas, seja por sua imperfeição, contraste, formato. Requer a imaginação do espectador, este conseguindo extrair desta beleza um caminho de fuga da sua realidade cinzenta, ao menos por alguns instantes. Na vida urbana, seria o belo poético o ato de "ver o outro lado dos fatos" / "ver o lado bom das coisas"? Que cada um interprete de sua maneira, só não deixe de procurar o belo, seja onde for.
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